Os anos 60 foram uma época especialmente dramática para os negros americanos. Martin Luther King, o ativista pacífico, foi assassinado. Malcom X, o ativista agressivo, também. Muhammad Ali perdeu o título de campeão mundial dos pesos pesados por se recusar a lutar no Vietnã. O segundo dia da competição, foram disputados os 200 metros livres, uma das provas mais nobres do atletismo. O resultado não surpreendeu: dois americanos negros no pódio, e entre eles, em segundo lugar, um australiano. O que chocou foi a atitude deles quando tocou o hino americano. Tommie Smith, medalha de ouro, e John Carlos, de bronze, baixaram ligeiramente a cabeça e ergueram desafiadoramente um braço com luva preta, na saudação consagrada pelos Panteras Negras, um grupo que fez história no combate à discriminação nos Estados Unidos. A imagem dos três no pódio é uma das cenas mais extraordinárias de todas as Olimpíadas disputadas na era moderna, e com o tempo se transformaria num símbolo resisten...